PRODUÇÃO DE TEXTO (SINTESE)

   A Mãe Adolescente e a Família
  A adolescência é uma etapa na qual ocorre uma série de transformações no corpo humano, tanto no âmbito físico quanto emocional e no social. A gravidez na adolescência, muitas vezes inesperada, provoca desorganização na vida da adolescente e de sua família, principalmente para enfrentar a gravidez e o cuidado do recém-nascido.
     De acordo com Caldiz et al (1994), a adolescência indica um período de mudanças experenciadas com as dificuldades relacionadas ao crescimento corporal, emocional e indefinições. A adolescência ocupa um lugar mediano entre a infancia e a vida adulta e, quando se vivencia a maternidade nesta fase de seu desenvolvimento, a gestação torna-se uma passagem direta para a vida adulta, ou seja, muda radicalmente a vida, passando a existir um antes e um depois. As mudanças drásticas que são percebidas pela jovem, em relação ao seu proprio ser, as relações familiares, com o parceiro e as sociais, definindo um novo modo de estar no ambiente em que vive.
     A família, os amigos e o ambiente escolar são elementos fundamentais na vida da jovem, ajudando-a a lidar com o problema atual e com sua vida futura. Neste caso, percebe-se que os filhos destas mães adolescentes têm o suporte e cuidados dos familiares embasadas na cultura e condição socioeconomica de cada um,  porque muitas vezes a adolescente não tem prática com o recém-nascido, e também por estar reorganizando sua vida.
"Engravidar ainda adolescente mobiliza, portanto, questões basilares relativas às instituições da nossa sociedade e da formação dos individuos, tais como sistemas de saude pública, a escola e certamente, a propria família". (PANTOJA et al, 2007).

     As meninas grávidas precisam adquirir habilidades para cuidar de seus bebês, e essas habilidades na maioria das vezes são ensinadas pelas mães, irmãs mais velhas, avós e  vizinhas, ou até mesmo da experiencia de cuidar dos irmãos mais novos, portanto, um dos objetos de estudo é a vivencia de estudo entre famílias e mães adolescentes.

Fonte:
CALDIZ, L. S. et al. Maternidade Adolescente em Bariloche (Argentina). In: COSTA, A. O.; AMADO, T. Alternativas Escassas: saúde, sexualidade e reprodução na América Latina. Rio de Janeiro: 34 ed. – Fundação Carlos Chagas, 1994, 47-80.
PANTOJA, Florinaldo Carreteiro, BUCHER, Júlia Sursis Nobre Ferro e QUEIROZ, Cristiane Holanda. Adolescentes grávidas: vivências de uma nova realidade. Psicol. cienc. prof., set. 2007, vol.27, no.3, p.510-521. ISSN 1414-9893.

A Nova Realidade da Mãe Adolescente


A gravidez é uma fase da vida que não depende da idade da mulher (Sarmento, 1990), pode ocorrer a qualquer momento desde de que haja as condições fisiológicas e ambientais apropriadas para propiciá–la. Dessa forma, cada vez mais os adolescentes estão iniciando sua vida sexual mais cedo, devido a falta de informações e diálogo.

Sabe-se que o número de adolescentes que engravidam aumenta progressivamente e em idades cada vez mais precoces, pois a idade da menarca tem se adiantado por volta de quatro meses por década do século XX, sendo que a idade média para que ocorra é de 12,5 a 13,5 anos, expondo a adolescente a engravidar cada vez mais cedo (Ballone, 2003).

Uma adolescente com idade tão tenra, não está preparada fisicamente e nem psicologicamente para ser mãe, nem para constituir uma família, nesses casos assim que a gravidez é descoberta essa adolescente precisa ter acompanhamento de médico para o pré-natal, e também de um profissional na área de psicologia para trabalhar o emocional dessa adolescente, assim como claro, precisa do apoio dos pais, porque na maioria das vezes essa adolescente não tem apoio do parceiro.

Com isso tudo a adolescente vai ter uma gravidez mais tranqüila e uma perspectiva mais positiva em ser mãe, pois muita das vezes eles acham que engravidar significa o fim de todos os sonhos futuros.

Este número de adolescentes vem aumentando gradativamente em todo o mundo e vem se tornando uma questão de saúde pública que afeta áreas de educação, da saúde e das relações familiares. a gravidez vem ocorrendo numa idade muito precoce, inspirando cuidados na área familiar, educacional e hospitalar, para que possa ser dado o suporte adequado às estas jovens e ao bebê durante o processo de gravidez. Com base nisso, Baker e Castro (2002) ressaltam que:
"reduzir a gravidez a apenas um conjunto de sintomas orgânicos ou a dificuldades emocionais (...) é empobrecer todo o processo e perder a oportunidade de trazer seu significado à tona para o sujeito e poder implicá-lo no processo".
Dentro dessa visão, a gravidez na adolescência traz várias formas de sofrimento, principalmente como será o futuro destas jovens mães, questões familiares e sociais. Dessa forma, as adolescentes experenciam a gravidez procurando saber suas reações face a descoberta de que seriam mães e como pretendem enfrentar esta nova realidade em suas vidas.

Fonte:
BALLONE GJ. Gravidez na Adolescência. in. PsiqWeb, Internet, disponível em acesso em 18.09.2009
BARKER, S. L.; CASTRO, D. M. F. de. Gravidez na adolescência: dando sentido ao acontecimento. In: CONTINI, Maria de Lourdes J.; KOLLER, Sílvia Helena (org.). Adolescência e Psicologia: concepções, práticas e reflexões críticas Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2002. p.78 – 84
SARMENTO, R. C.. Gravidez na adolescência: amor, busca, desencontro. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Instituto de Psicologia e Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 1990